Peluches, corações, cartões com dedicatórias românticas. Enfim, todo um cenário vermelho e branco acompanha este dia. Quem não sabe que, na Europa e na América do Norte, comemoramos hoje, 14 de Fevereiro, o Dia de São Valentim ou Dia dos Namorados? Não se admire, pois no Brasil a festa tem lugar a 12 de Junho.Um dia de afectos e carinhos e juras de amor eterno, onde os abraços e beijos (inhos) tomam a dianteira e, cujas origens são já bem antigas.
Abraços, trocas de olhares, presentes, palavras «doces» e muito mais, é o prato do dia dos casalinhos de namorados, casados ou não, nesta data de amor. Não importa a idade e esquecem-se as zangas, porque no Dia de São Valentim apenas interessa comemorar o facto de duas pessoas se amarem e partilharem o caminho da vida. Muitas vezes, um ramo de flores ou uma caixinha de Bombons é o suficiente para fazer o coração da amada disparar como uma bomba, ao que se segue aquele brilho nos olhos, que já todos conhecemos e que parece dizer:” Estou tão feliz por te lembrares” ou “ Sou muito feliz por estares comigo”.
Resta perguntar como surgiu este Dia e porquê. As versões são várias sobre as origens do Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim. Para uns, a data surgiu na Roma antiga, por alturas das festas pagãs de Lupercália, dedicadas a Lupercus (protector de rebanhos e pastores) e à Deusa do Amor, Juno de seu nome. Introduzidas em 496 na tradição cristã em 496 e, comemoradas a 14 de Fevereiro, estas festividades eram celebradas em memória de São Valentim, padre romano que foi executado em 270.No séc. III, na cidade de Terni, a 75 quilómetros de Roma, o Imperador Claudius II (268 – 270) proibiu todos os noivados e casamentos em Roma. Segundo Claudius II, havia falta de homens no exército, porque os jovens rapazes não pretendiam afastar-se das suas noivas, esposas, namoradas e amantes. Mas Valentim, na altura bispo de Terni, contrariando este decreto continuou a casar os jovens apaixonados em segredo, o que fez com que fosse preso, torturado e, decapitado a 14 de Fevereiro de 270. A sua ascensão a Santo da Igreja Católica deve-se à sua abnegação em prol da fé e do amor, pelo Papa Gelasius, passando o dia da sua morte a estar ligado aos apaixonados. E foi este mesmo Papa, Gelasius, quem declarou o dia 14 de Fevereiro como Dia de São Valentim, em 498 A.C.
Outra versão defende também a existência de um São Valentim que, em meados do século II D.C., se recusou a abdicar da fé cristã que professava, tendo por isso sido preso pelos romanos e, segundo consta, as crianças escreviam missivas de amor que depois lhe atiravam pela janela da cela.Em França até existe, no centro de Champagne Berrichonne (departamento de l'Indre), uma localidade chamada Saint-Valentin.Ainda uma terceira versão de carácter um pouco duvidoso, relata que São Valentim teria deixado um bilhete de despedida à filha do seu carcereiro, de quem tinha ficado amigo, e cujo título era "Do teu Valentim". Esta é considerada a única explicação plausível, dos habituais postais com que os casais apaixonados são presenteados nesta altura do ano.A tradição da troca de presentes surgiu, em 1840, quando Esther A. Howland resolveu iniciar uma produção em massa de lembranças, para comemorar o “Valentine's Day”, como era conhecido nos Estados Unidos. A ideia depressa se espalhou pelo mundo, e ainda mais com o apoio dos comerciantes, que não deixaram de ver este dia como uma boa oportunidade de negócio.Existem diferentes formas de celebrar esta data. Na Itália é habitual fazerem um banquete e para celebrarem o amor e a amizade. Em Inglaterra, os pais dão doces as crianças e a tradição manda, que se beije seis pessoas antes da meia-noite, para obtenção de felicidade na vida amorosa. Na Dinamarca o presente mais famoso são as flores prensadas, designadas por flocos de neve.Em Portugal, as ofertas são variadas, desde chocolates e flores a cartões e peluches.Mas o objectivo é mostrar o quanto gostamos de alguém, o que sentimos e, sobretudo, fazer com que essa pessoa se sinta especial. Os pássaros, por exemplo, passaram a ter um significado muito próprio neste dia, podendo o facto de avistar um ou outro pássaro ser determinante na vida sentimental da pessoa. Ver um "pintarroxo" era sinal de casamento com um marinheiro; um pardal era sinal de ele era pobre, mas seriam felizes; uma andorinha simbolizava um bom homem e; se a mulher avistasse um pica-pau no dia de São Valentim, era sinal de que ficaria solteira.
Sabemos que, no século XV, Charles, o jovem duque de Orleães, foi um dos primeiros a utilizar o conceito dos cartões de São Valentim. Aprisionado na Torre de Londres, depois da batalha de Agincourt em 1415, terá enviado, no Dia de São Valentim, vários poemas e bilhetes de amor à esposa, que se encontrava em França. Também vindo do século XV foi provada a existência de um cartão de São Valentim, com a imagem de um Cavaleiro e de uma Dama, acompanhados por Cupido de arco e flecha.Também Santo António tem fama de casamenteiro e dos namorados. 13 de Junho foi a data escolhida para homenageá-lo, chegando algumas paróquias a fazer uma distribuição de pãezinhos bentos, como garantia de abundância de alimento para o resto do ano.Ansiando por encontrar a sua cara-metade as jovens acendiam velas, colocavam a imagem do santo de cabeça para baixo atrás da porta e enterravam-na até o pescoço. Até se acreditava, que comer um pouco do bolo oferecido ao padroeiro podia trazer casamento. As que conseguissem um parceiro através de Santo António prometiam voltar e casar na igreja.Santo António, nasceu em Portugal e viveu na Itália do século XII, tendo ganho fama de casamenteiro, depois de ter sido procurado por uma jovem rapariga. Esta encontrava-se desesperada, porque o pai estava doente e os recursos económicos de que dispunham eram escassos. Pensando ser a única solução possível, a jovem decidiu prostituir-se e, Santo António arranjou-lhe um marido, segundo a lenda, bonito e rico. O facto é que, cem anos mais tarde, Santo António foi canonizado pela Igreja Católica e a sua fama de casamenteiro mantém-se até hoje. Ao contrário da versão portuguesa do dia de São Valentim, em muitos países da Europa é comum as pessoas presentearem não somente os namorados(as), mas aqueles de quem gostam, como mães, pais, irmãos, amigos.No Japão, a data foi introduzida em 1936 e, segundo a tradição, as mulheres presenteiam os amados com caixas de chocolates.Na Inglaterra, o Dia de São Valentim passou a feriado por volta do século XVII. Nos Estados Unidos, o feriado foi fixado no calendário em 1700.Actualmente, a Igreja de Santa Praxedes, em Roma, guarda as relíquias do santo e é um destino de romaria de muitos pares de namorados.As opiniões são unânimes.
O Dia de São Valentim é uma data “muito especial” e que não se esquece. Em termos de presentes, as opções são variadas. Desde peluches a perfumes ou «boxers». Jantar fora, ir ao cinema ou simplesmente passear parecem ser os desejos dos namorados da actualidade. Falando em ideais, talvez uma viagem às Caraíbas ou à Índia fosse sensacional.
Quanto ao que é necessário para que um relacionamento seja firme e duradouro, a palavra “confiança” é a mais utilizada, logo seguida da “compreensão, carinho e respeito”. Mas o mais importante para os jovens casais é, realmente, estarem sempre juntos e terem a companhia um do outro.
Para João Paiva, o Dia de São Valentim é dedicado aos casais, que devem comemorar esta data convenientemente e saber “qual a razão do amor”. O jovem afirma ainda que, normalmente, costuma lembrar-se do dia, que é passado junto com a namorada. “Vamos ao cinema ou só passear, mas o mais importante é estar com ela”.Este ano, diz que os planos ainda não estão definidos, mas confessa adorar oferecer um “peluche” e, em troca receber ... “uns beijos!...”- admite.Quanto ao Dia de São Valentim de que mais gostou até agora, depois de afirmar não saber qual foi, o jovem afirma que foi “há dois anos, com uma pessoa que me «marcou»”. Isto, apesar de não terem feito nada de especial, apenas “passámos o dia juntos”.Mas o ideal para João Paiva, seria mesmo “fazer um cruzeiro às Caraíbas ou ir à Holanda”.
Tânia Botelho define a data como sendo, um dia “especial na relação”, que nunca esquece e, em que todos estão um pouco mais “sentimentais”.Um dia ideal seria estar com o namorado e “viajar até à Índia”. O dia de São Valentim de que mais gostou foi precisamente há “três anos”. Lembra que esteve com o namorado e foram almoçar como fazem habitualmente. Mas, além disso, aconteceram algumas coisas “originais, que nunca tinham acontecido antes”. “Ele dedicou-me uma música e cantou em Karaoke para mim e ofereceu-me um peluche e uma rosa”- acrescenta. Quanto a presentes preferidos, confessa que “depende da pessoa”.Este ano, Tânia Botelho diz ainda não saber como vai passar o dia, mas admite que “o que interessa é estarmos juntos”.
Para Raquel Arruda, o Dia dos Namorados tem “muito” significado e é uma data de que nunca se esquece. “Normalmente, saímos e vamos ao cinema, mas este ano ainda não sei”- explica, admitindo que o que mais gosta de oferecer são “boxers”. Em contrapartida, adora receber “peluches”.Avança ainda que, 14 de Fevereiro de 2004 foi o dia de São Valentim de que mais gostou. “Foi especial para mim, porque adorei estar com ele no cinema e!...- é o ideal”.Na opinião de Raquel Arruda, “confiança” é o segredo para um relacionamento estável.
Segundo Cláudia Rodrigues trata-se de um dia “muito especial” e que nunca lhe passa ao lado. O programa é geralmente “passear”, mas este ano ainda não há projectos. Confessa gostar muito de oferecer “boxers” e de receber peluches. Afirma que “todos os anos é bom”, mas adorava ir até ao “Algarve”. Além da confiança, aponta o amor como “chaves” para o sucesso de uma relação.
Márcio Tavares ficou um pouco envergonhado e não quis responder às nossas questões.
Renato Marrucho afirma lembrar-se sempre deste dia, que costuma passar indo ao cinema. Este ano ainda não tem planos, a não ser, talvez, oferecer um “soutien” à namorada e receber os famosos “boxers”. O ideal seria viajar até às Caraíbas.“Confiança, amor e respeito” são o segredo deste jovem, para que tudo resulte às mil maravilhas.
Segundo Beatriz Andrade 14 de Fevereiro é um dia “especial de que me lembro sempre”. É a “primeira vez” que comemora este dia, mas ainda não sabe como irá passá-lo. Ainda não sabe o que vai oferecer, mas um “peluche ou um perfume” seriam as prendas que gostaria de receber.Ir aos “Estados Unidos” seria espectacular.“Confiança, compreensão e carinho penso ser o essencial”- acrescenta.
Delço Miranda diz ser um dia especial, que não esquece.“Ainda não sei o que vou fazer este ano, mas costumo passear, ir à praia ou ao cinema”- relembra, avançando que adora oferecer e receber “peluches e perfumes”. Afirma ainda não ter comemorado esta data muitas vezes, o que o leva a não saber muito bem o que seria um Dia de Namorados a cem por cento. Quanto ao que é preciso para que um relacionamento seja firme, o jovem aponta a “confiança”, como o essencial.
Public, "Correio dos Açores", 2005.
1 comentário:
Olá Raquel! Foi uma grande surpresa encontrar este texto na internet, não fazia ideia de tal coisa.
Passo a explicar, fui uma das pessoas entrevistadas (Tânia Botelho, juntamente com o meu namorado dessa altura, João Paiva) para este artigo do Correio dos Açores, no dia dos namorados, em 2005. lol
Infelizmente, perdi o jornal em que estava o artigo, mas foi realmente engraçado e inesperado ver, após três anos, o que eu pensava acerca do dia de São Valentim. Obrigado pela "surpresa não prepositada" :D
Enviar um comentário