Preservar o Planeta Terra
O planeta terra deve e tem de ser preservado a qualquer custo, se é que queremos que a humanidade continue a existir. Um dos problemas que mais ameaça, actualmente, o ser humano é a camada de ozono. Esta sofreu uma destruição maciça em 1960, devido à revolução industrial, mas prevê-se que recupere em 2040, estando actualmente em situação de “inversão”. Diamantino Henriques, delegado regional do Instituto de Meteorologia, avançou que já há alguns “sinais, de que a camada de ozono está a recuperar”, em consequência das medidas tomadas, nomeadamente com o “protocolo de Montreal”.
O planeta terra deve e tem de ser preservado a qualquer custo, se é que queremos que a humanidade continue a existir. Um dos problemas que mais ameaça, actualmente, o ser humano é a camada de ozono. Esta sofreu uma destruição maciça em 1960, devido à revolução industrial, mas prevê-se que recupere em 2040, estando actualmente em situação de “inversão”. Diamantino Henriques, delegado regional do Instituto de Meteorologia, avançou que já há alguns “sinais, de que a camada de ozono está a recuperar”, em consequência das medidas tomadas, nomeadamente com o “protocolo de Montreal”.
O planeta terra deve e tem de ser preservado a qualquer custo, se é que queremos que a humanidade continue a existir. Um dos problemas que mais ameaça, actualmente, o ser humano é a camada de ozono. Esta sofreu uma destruição maciça em 1960, devido à revolução industrial, mas prevê-se que recupere em 2040.
Diamantino Henriques, Delegado Regional do Instituto de Meteorologia, começa por dizer que de acordo com o relatório científico de 2006 sobre o estado da camada de ozono, aparentemente esta encontra-se em situação de “inversão”.
“Já há alguns sinais de que a camada de ozono está a recuperar, principalmente nas latitudes médias, em consequência das medidas que foram tomadas, nomeadamente com o protocolo de Montreal e com as emendas feitas a seguir”- acentua, acrescentando que de momento “praticamente todas” as substancias que destruíam a camada de ozono, já estão “fora do mercado e já não são produzidas” industrialmente. No entanto, alerta, muitos sistemas como o de “refrigeração” estão ainda em uso e contêm essas substâncias nos seus circuitos. Líquidos que, mais tarde ou mais cedo, serão “libertados” para a atmosfera, se não forem devidamente reciclados. É também ser necessário ter em atenção, que estes na sua maior parte ainda estão “em vias de desenvolvimento e sem estruturas capazes dessa reciclagem”. Por isso, é natural que haja “lixeiras com milhares e centenas de milhares desses sistemas”, que têm algumas “toneladas de CFC’s (gases), que vão ser libertados e que lentamente entram na estratosfera”. Embora a concentração de CFC’s na atmosfera esteja a diminuir gradualmente, sublinha, há ainda emissões à superfície que não vão parar bruscamente, apenas “diminuem lentamente” na estratosfera e, em consequência disso o ozono destruído, vai ser “menor”. Esta situação reconhece ser “muito lenta”, pois os gases que entram na atmosfera permanecem lá algumas “dezenas de anos e demoram muito tempo a ser removidos” da estratosfera.
“Não há muito mais a fazer, para evitar que a camada de ozono se deteriore ainda mais”- enfatiza, avançando que resta apenas esperar, tentar “cumprir” os protocolos e esperar que não haja “efeitos secundários por parte das alterações climáticas”, que podem “dificultar a recuperação da camada do ozono”. Trata-se de um sistema isolado, que não se desenvolve “apenas” devido ao buraco de ozono e não tem uma causa “única”, os CFC’s, mas uma componente “dinâmica e física”, relativa ao clima.
Inclusivamente, “as alterações do ozono na estratosfera não sucedem exclusivamente devido aos CFC’s, mas à própria circulação atmosférica e ao clima”.
Ao Homem resta “esperar”, apesar de haver modelos que indicam e tentam reproduzir o passado e o futuro. Mas há alterações na atmosfera que são “previsíveis, como as erupções vulcânicas, que podem ter um efeito negativo e contrário” ao previsto, pois podem “ejectar material na estratosfera como os aerossóis fosfato, que destroem o ozono em determinados níveis da atmosfera e actuar como se fossem um CFC. Além de destabilizarem o equilíbrio de formação e destruição do ozono”, que pode “diminuir devido a estas emissões” de material vulcânico.
Quanto ao papel do homem, Diamantino Henriques salienta existirem duas componentes. Uma como agente que pode “alterar” qualquer coisa, como fez com o equilíbrio da estratosfera, que é “muito frágil”. O ozono é um componente “minoritário” que tem o seu máximo de concentração na estratosfera, mas, esclarece, o que era emitido é muito mais pequeno. “Uma única molécula de CFC pode destruir milhares e milhares de moléculas de ozono e a contribuição do homem é pequena, mas é suficiente para desequilibrar o equilíbrio da estratosfera”- salienta, contrapondo que esse mesmo equilíbrio, que é alterado, se pode “reverter” contra o próprio homem, tornando-se este sua vítima. Isto, porque o ozono tem duas componentes, uma de “protecção de filtro natural dos raios ultravioleta e também é um gás climático”.
Se não fosse o ozono na estratosfera, esta “não” existia como tal, pois constitui uma região da atmosfera com um determinado “perfil térmico e com uma estrutura vertical, meteorologia e clima completamente diferentes”. A maior parte dos fenómenos meteorológicos ocorre basicamente numa altitude “até 12 mil metros”. Depois, surge a estratosfera onde “estamos habituados a voar e a partir de certa altura já não há nuvens” e a estratosfera, uma zona “muito estável”, mas apenas devido ao ozono. Se esta não existisse, as nuvens possivelmente atingiriam uma altitude muito maior do que a que temos agora, logo “o clima era diferente. “O Homem pode alterar o ozono, mas este também o altera”.
Em termos de previsões, o delegado afirma serem vários os modelos baseados em diversos cenários, apontando “todos para uma recuperação da camada de ozono, a partir do ano 2040, com um erro de cerca de 10 anos”. Esta recuperação, esclarece, significa que “a camada de ozono irá atingir os valores de 1960”, altura em que se supõe que a estratosfera tenha começado a ser “afectada” pelos CFC’s, que foram inventados nos anos 50. Actualmente, encontramo-nos numa situação de inversão já numa fase “ascendente”, na qual o mínimo deve ter sido atingido por volta do ano 2000, o que não significa que haja situações tão “extensas”, como o buraco do ozono em 2000, que teve um significado muito maior. “Há formações do buraco de ozono da Antárctida, que vai começar a estabelecer-se e a crescer nos próximos dias”- revela.
Uma eventual destruição total da camada de ozono, teria como consequências imediatas um “aumento brutal da radiação ultravioleta, que é extremamente perigosa para todos os seres vivos e como tal seria o fim das condições de vida à superfície da terra, tal como conhecemos hoje”. Outro efeito seria também a “alteração da estrutura térmica da atmosfera e do próprio clima, que seria muito diferente” do actual, com tempestades mais “intensas” do que as de hoje. O que, curiosamente, não implica directamente que o clima passasse a ser “mais quente”, mas a tropo posa, o topo da troposfera, seria “muito mais” alta possivelmente. E dar-se-ia um desenvolvimento de nuvens de convexão muito mais altas do que o actual e uma maior instabilidade. “Haveria mais tempestades e mais violentas, com granizo e tempestades eléctricas maiores, do as que existem agora, como ocorre nos trópicos”.
Há regiões que podem ser “mais afectadas” do que outras, porque o ozono é um gás com origem nos trópicos, que é transportado de acordo com a situação estratosférica para os pólos, que constituem o “reservatório natural do ozono” na atmosfera. Essas regiões têm determinadas “configurações geográficas”, que permitem que o ozono esteja em equilíbrio e que em determinadas circunstâncias, no caso da Antárctida, se estabeleça um “vórtex, uma circulação fechada bastante estável”. Essa circulação, por sua vez, “favorece a destruição e o isolamento” de uma determinada área, no caso de “uma destruição da camada de ozono com essas substancias dentro e, a destruição exaustiva e maciça do ozono, que está dentro dessa área”. A destruição maciça num reservatório significa que quando este se desfaz, no final da época de um buraco de ozono, essa zona “desfaz-se e dilui-se” com o resto do ozono e, o resultado final é “menos ozono do que o que se tinha inicialmente.” Há um equilíbrio e um reservatório, mas se estamos a perturbar esse equilíbrio estamos a destruir este ozono. Logo, “vamos ter cada vez menos e menos ozono, porque esse reservatório não vai chegar para distribuir o ozono para as outras latitudes e se cada vez estamos a destruir mais, não vamos esperar ter o mesmo ozono no resto das latitudes”. E o buraco do ozono é um efeito localizado nos pólos, mas que tem efeitos à “escala global” e quando é distribuído ao fim de um ciclo, “não vai ter a mesma concentração”, num certo local.
Nem todos os países assinaram o protocolo de Montreal, lamenta, e mesmo os que o rectificaram, possivelmente nem todos estão a cumprir à risca as suas obrigações, “o que depende muito do interesse das pessoas nesses assuntos e o impacto que têm na sua vida”. Os países nórdicos têm muito interesse em que este problema seja resolvido, pois sabem perfeitamente que “uma diminuição da camada de ozono tem efeitos directos, essencialmente no aumento da radiação ultravioleta, à qual são muito sensíveis”. Os nórdicos quando vêm ao sul ficam mais expostos á radiação ultravioleta, o que acarreta complicações, pois não se trata apenas de ficar mais ou menos “bronzeado”. A radiação traz problemas “crónicos, como a formação de cataratas e a diminuição da capacidade do sistema imunológico”. Há outros efeitos que não são tão falados, como as cataratas que são uma doença crónica e que só aparecem ao fim de uns anos, mas que poderão surgir cada vez “mais depressa, se a pessoa for exposta à radiação”. Assim, sendo a esperança média de vida das pessoas maior, é natural que cada vez haja mais casos desses que têm de ser tratados “mais cedo”. Isso, já para não falar no cancro de pele, do qual cada vez aparecem “mais casos e em pessoas mais novas, em consequência directa da radiação ultravioleta pela diminuição da camada de ozono e, pelo comportamento” das pessoas.
Referindo-se a um eventual degelo dos pólos, Diamantino Henriques afirma que todos os modelos apontam para que haja um “aumento da temperatura à escala global”, o que levará a uma natural diminuição dos gelos polares. Degelo que poderá provocar também alterações “não lineares” no sistema climático, que quase “nunca” responde de uma forma linear. Mas “para o mesmo estímulo, há várias respostas”, de acordo com o estado actual da atmosfera e para o conhecer era preciso fazer muitas medições e conhecer muito bem o que está lá dentro. As alterações climáticas resultam basicamente de uma alteração na “composição da atmosfera, nos gases e componentes relevantes para o clima” fundamentalmente. “E essas alterações na atmosfera podem, por vezes, e numa primeira análise parecer uma coisa e depois a atmosfera pode reagir de outra forma um pouco inesperada”-acentua.
Em termos de previsões, o delegado avança que “as incertezas são tão grandes como as certezas”, acrescentando que Angra do Heroísmo dispõe de uma “estação de monitorização” do ozono.
Diamantino Henriques aproveita ainda para lembrar que foi feito um “esforço a nível internacional”, para resolver o problema da camada de ozono. O que acabou por ser “relativamente fácil”, pois havia soluções tecnológicas e substitutos, para substâncias que “destruíram” a camada de ozono, que foram “rapidamente” implementados. Isto, lamenta, enquanto o problema do “efeito de estufa não é tão simples, pois não há propriamente um substituto que seja eficiente”.
Raquel Moreira
Public in Terra Nostra, Setembro de 2008.
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