David Fonseca em tour
“A música portuguesa tem sido cada vez mais uma presença clara nas rádios, que, após a polémica que houve recentemente, se sentiram mais abertas a mostrar que também apoiavam a música portuguesa”. David Fonseca, ex-vocalista dos “Silence Four”, afirma assistir a uma “grande mudança” na “atitude” das rádios, avançando que estas querem passar “música nova e descobrir novos talentos”. É um papel “grande” que lhes cabe, o de “ajudar esses talentos” a mostrar o “melhor que o nosso país pode ser”.
“A música portuguesa tem sido cada vez mais uma presença clara nas rádios, que, após a polémica que houve recentemente, se sentiram mais abertas a mostrar que também apoiavam a música portuguesa”. David Fonseca, ex-vocalista dos “Silence Four”, afirma assistir a uma “grande mudança” na “atitude” das rádios, avançando que estas querem passar “música nova e descobrir novos talentos”. É um papel “grande” que lhes cabe, o de “ajudar esses talentos” a mostrar o “melhor que o nosso país pode ser”.
David Fonseca é natural de Leiria e afirma fazer da música a sua vida. De momento, o cantor encontra-se em tour com o seu último disco, “Dreams in colour”, que saiu em Outubro. “Uma tour gigantesca que dura todo o verão, pois estamos a tocar desde que o disco saiu em Outubro de 2007”- especifica.
Já tocava há algum tempo, mas foi em 1998, com os “Silence Four”, que se iniciou no mundo da música. A criação da banda explica não ter sido nenhuma “decisão”. Apenas tocavam “aos fins-de-semana, por diversão” e a banda acabou por ficar. Lembra terem gravado um disco que se tornou um “grande sucesso”, mas “simplesmente aconteceu”. O artista defende também ser “difícil” manter um volume de trabalho grande e fazer com que aconteçam os discos e as Tours. Ser conhecido, opina, é algo que “pode acontecer”, ou não, consoante o trabalho.
“A notoriedade não é realmente o mais importante de tudo, mas sim onde conseguimos chegar com esse trabalho”- salienta, referindo-se a manter o volume de trabalho, porque, justifica, a música é uma actividade “complicada”. O cantor reconhece ainda que qualquer área criativa é complicada de manter com algum “dinamismo”. O importante, é fazer com que seja “sempre interessante” o que se faz a nível musical. Falando na sua carreira, David Fonseca admite que a mesma “tem corrido bem”.
Quanto aos concertos e álbuns em que já trabalha, afirma ter gostado de “todos”, não havendo nenhum que lhe tivesse dado um prazer específico, pois “cada um conta a sua história específica e são todos diferentes e muito positivos na minha vida, à sua maneira”. Por outro lado, salienta que, “obviamente”, gosta-se sempre mais do “último trabalho”, pois está “mais ligado ao que se passou recentemente”. Mesmo assim, o cantor diz gostar de todos de uma maneira “especial”.
“Dreams in Colour”, esclarece, é um disco que fala da sua vida presente e que se transpôs de alguma forma para a música. Acrescenta também ser um disco “mais positivo”, em relação aos outros.
Quanto aos Humanos, recorda, receberam uma proposta da EMI e o projecto surgiu de uma forma “muito espontânea”. Acabaram por juntar um grupo de pessoas e desenvolveram-no, “sem sequer pensar que iria ser um sucesso ou que as coisas iriam resultar tão bem”, como de facto aconteceu.
A decisão de iniciar uma carreira a solo, relata, deveu-se a querer fazer “coisas diferentes” e a única maneira era “experimentar” fazê-lo sozinho. “Queria fazer coisas que não eram possíveis dentro da banda, o que basicamente me levou a fazer um projecto a solo”.
Quanto ao que mais e menos gosta nas pessoas, David Fonseca avança gostar de ver o “talento” nas pessoas e de o reconhecer, além daquilo que todos gostam, como a “amizade”. Por outro lado, não gosta da “mentira e das hipocrisias que o mundo todo vive”, avançando que tenta “não olhar as pessoas pelo lado negativo”, o que considera ser uma “péssima” maneira de ver a vida.
Na sua opinião, esta é uma “boa” altura para começarem a aparecer projectos na música, porque tudo se está a “transformar e tudo pode acontecer”, na forma como a música é distribuída e como chega às pessoas, através da Internet, por exemplo. “Em Portugal estamos a começar a abrir um bocado os olhos para se perceber o que se pode fazer com a música cá”- enfatiza.
Internacionalizar a música portuguesa é “difícil”, reconhece, “mesmo se o grupo cantar em inglês, porque a concorrência é muito maior”. Quando o produto nos é exclusivo, como o Fado, explica, é “muito mais fácil” internacionalizá-lo. Mas de qualquer modo, “é sempre muito difícil, pois somos um país pequeno, limítrofe sem grande história de termos uma marca na música internacional”.
O artista lamenta ainda serem “poucas” as coisas que se consegue fazer fora de Portugal, pois é difícil, mas, alerta, “é possível”. Agora, o objectivo é “continuar na música” e fazer com que a sua carreira seja “interessante a nível musical”. Referindo-se às rádios, o cantor critica o facto destas transmitirem “mais música estrangeira do que portuguesa”, o que encara como algo “preocupante”. Situação que, argumenta, tem vindo a “retroceder” nos últimos dois anos, pois “a música portuguesa tem sido cada vez mais uma presença clara nas rádios.
“Após a polémica que houve recentemente, as rádios sentiram-se mais abertas a mostrar que também apoiavam a música portuguesa”- enfatiza, salientando que tem assistido a uma “grande mudança” principalmente na “atitude” das rádios, em quererem passar “música nova e em descobrir novos talentos”. Tarefas estas, que, a seu ver, são um papel “grande” que lhes cabe, pois estas devem “ajudar esses talentos a virem cá para fora e a mostrarem o melhor que o nosso país pode ser”.
Dirigindo-se aos açorianos, o cantor aconselha que “apoiem a música portuguesa” e que estejam actualizados, sobre o que esta tem para oferecer, pois “é muito importante o apoio local”. Isto, principalmente para os músicos que estão a “começar” e que tem um disco pela primeira vez. “É fundamental este apoio, quer para as pessoas, quer para os músicos, pois assim partilhamos um pouco a cultura que nos une”.
Biografia
David Fonseca nasceu em Leiria, a 8 de Janeiro de 1973 e viveu na aldeia de Marrazes (Leiria), até se mudar para Lisboa. Estudou cinema na vertente de Imagem na “Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa” e foi aluno da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1992/94).
A sua carreira musical começou com os “Silence 4”, que formou em conjunto com alguns amigos da sua terra natal. O álbum de estreia, “Silence Becomes It, saiu em 1998 e para grande surpresa de todos, foi um enorme sucesso a nível nacional, vendendo quase 250.000 cópias (seis discos de platina). Dois anos depois, lançaram o segundo álbum, “Only Pain Is Real”, que vendeu aproximadamente 100.000 cópias e em 2002, a banda terminou.
Em 2003, David Fonseca lançou o seu primeiro álbum a solo, “Sing Me Something New” (disco de ouro), cujo primeiro single, “Someone That Cannot Love”, tocou em simultâneo em 150 estações de rádio portuguesas, à meia-noite de 10 de Março desse mesmo ano. Em Outubro de 2007 sai o álbum "Dreams In Colour". Em Abril de 2008, o cantor enche o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para um concerto repleto de animação, cor e luz que será lançado em DVD brevemente. Em Janeiro de 2008, David Fonseca foi eleito artista do mês na MTV.
Em 2004 colabora no projecto Humanos, juntamente com Manuela Azevedo dos Clã e Camané, onde cantam temas inéditos de António Variações. A banda fez uma breve apresentação pelos palcos, chegando a participar no cartaz do Sudoeste do mesmo ano e publicou em 2006 o seu último CD.
O cantor pObtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Dreams_In_Colour"
articipa ainda em vários discos de outros artistas, como no disco dos Trovante, no álbum dos Phase, "Irmão do Meio" de Sérgio Godinho e no videoclip "Encosta-te a mim" de Jorge Palma", cujo álbum entrou directamente para o Nº 1 do Top Português de Vendas.
Raquel Moreira
Public in Terra Nostra, Agosto de 2008.
Sem comentários:
Enviar um comentário