quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pouca qualidade e músicos "preguiçosos"


Pedro Abrunhosa lança novo trabalho em 2009

A situação da música em Portugal é “ilusória”, pois há muitos foguetes e muitos festivais de verão, que são uma espécie de “supermercados Lidl da música”. O próprio ensino da música em Portugal é “muito mau e de péssima qualidade” e os músicos são “preguiçosos”. Para compor, basta-lhe “abrir o jornal” e informar-se sobre a realidade, pois considera-se um “cantador de histórias”. O conhecido cantor e compositor Pedro Abrunhosa aproveita ainda para tecer largas críticas a Cavaco Silva, avançando que as suas declarações ao país sobre o Estatuto dos Açores foram “totalmente despropositadas”.


“Socorro, estou apaixonado”, “Tudo o que te dou” e “Viagens” são alguns dos seus êxitos mais conhecidos. Adora os Açores e adorou o concerto em Ponta Delgada. 2009 avizinha-se com grandes projectos. Pedro Abrunhosa, cantor e compositor, é natural do Porto e começou a estudar música "muito cedo", nomeadamente piano e contrabaixo, e tirou “ao mesmo tempo” o curso de Eng. Química. “Foi um percurso clássico”- afirma, avançando que depois entrou no Conservatório, o que, reconhece, não era muito “fácil” na altura, pois tratava-se da “única” escola de música em Portugal. O facto é que se licenciou e completou o Conservatório, indo logo de seguida para a Academia de Música de Budapeste.
Aos 16 anos já dava aulas de música, tendo depois formado a sua própria escola. “Cheguei a tocar no metro em Amesterdão, Berlim e Viena d' Áustria. Corri a Europa toda a tocar guitarra com 16,17, 18 anos”- recorda, lembrando ter entrado também no mundo do Jazz e da música clássica, no qual foi contrabaixista de “muitos” músicos norte-americanos de Jazz. O cantor salienta ainda que a sua formação é “dupla”, pois provém tanto da academia como da “estrada”, acrescentando que os jovens com quem formou os Bandemónio eram seus “alunos”.
Compor e cantar são duas tarefas “diferentes e complementares”, que considera fundamentais. Escrever é “bom” a dadas alturas, tal como compor. Os espectáculos proporcionam um contacto “mais directo” com as pessoas, mas muitas vezes o estúdio, onde pode estar “um ano ou dois a gravar”, faz com que esteja “aparentemente” afastado do público. Daí que a proximidade com o público seja só uma “recompensa”, como sucedeu no concerto em Ponta Delgada. Claro que, reconhece, “não há recompensas destas, concertos com 15 mil pessoas sem o trabalho de estúdio”, que considera de “laboratório”, semelhante ao dos cientistas. “Não se descobre a cura para a tuberculose indo para a praia e estando sem fazer nada. Tem que se trabalhar”- acentua.
Pedro Abrunhosa considera a sua música "boa", avançando só existirem dois estilos de música, “a boa e a má”. Acrescenta ainda ser evidente que as suas influências vão “desde o Jazz à canção norte-americana e francesa” com Bob Dylan, lembrando ter feito uma série de “citações” no concerto em São Miguel, onde incluiu James Brown. Afirma fazer rock claramente, mas um “rock de letras e de dimensão lyrica”, pois as letras são “muito importantes” na sua música.
Para compor diz não precisar de inspiração, basta "abrir o jornal" e está lá tudo. É apenas uma questão de “trabalho e atenção à realidade”. O jornal tem todas as histórias que canta, pois é um “cantador” de histórias. Um exemplo “típico” desta situação é "A Balada de Gisberta", canção que dedicou ao transexual morto na cidade do Porto há cerca de dois anos. “Não tenho inspiração, não é preciso. A inspiração é uma coisa que não existe, meio romântica, como se me sentasse debaixo de uma árvore à espera que chegasse. É uma coisa mágica”- acentua, acrescentando que ainda há uns dias, quando abriu o jornal reparou que a primeira página era sobre a guerra na Geórgia e mostrava uma senhora com outra morta nos braços, ela a chorar e à volta tudo destruído. “Essa imagem é tão dolorosa quanto poética”- salienta, avançando que olha para a realidade e tenta “exorcizar” a sua própria dor, que “no fundo é a dor dos outros”.
O ensino da música em Portugal diz ser “muito mau e de péssima qualidade” e, pior, “não melhorou”. A primeira dificuldade está na própria aprendizagem. A seu ver, um músico tem de “aprender mesmo” a tocar o seu instrumento. E isso só acontece, quando “perder horas e horas a aprender” e tiver “bons” professores. Segundo Pedro Abrunhosa, o próprio músico tem tendência a achar que basta “pôr as suas músicas na Internet” ou que ter um grupo na “garagem” a ensaiar já o torna músico. Mas as coisas não funcionam assim. É preciso muito trabalho e os músicos portugueses são “preguiçosos”.
Diz haver muita e “muito má” música. Com a retirada recente das editoras multinacionais do país, não tem surgido “novos talentos”, mas há muitos grupos novos. Em termos de quantidade, afirma estar tudo como antes, o que já não sucede na área da qualidade. “Eu não quero perder tempo no My Space à procura de talentos, quero ir para a estrada e ouvir bons grupos”- enfatiza, avançando que cantar em inglês é uma “aberração total e não faz sentido, num país que tem a nossa história de língua”.
A seu ver, a situação da música em Portugal é “ilusória”, pois há muitos foguetes e muitos festivais de verão, que são a seu ver uma espécie de “supermercados Lidl da música. Está lá tudo, mas nada é bom”.
Pedro Abrunhosa defende também que a internacionalização da música deve ser feita com música “cantada em português”, pois só quem o faz consegue divulgar a sua música no estrangeiro. Falando de si próprio, diz ser preciso trabalhar muito, mas afirma estar a conseguir, pois já são “muitos anos” de carreira, nomeadamente com músicos brasileiros. O cantor revela ter em mãos um projecto “muito importante” para 2009, gravado no Brasil, mas acentua, mais uma vez, que “é preciso trabalhar muito e continuamente”, pois “não há maneira” de fazer as coisas. “Não acredito na internacionalização se não for algo consistente e cantado na língua mãe, pois não há outra maneira”.
Em tempos de crise, sublinha, há “os que choram e os que vendem lenços” e é assim que se divide a humanidade. Chorar, diz não chorar “de certeza”. As editoras abandonaram o país e resolveu fundar a sua própria, a “Boom Editora” em Gaia, e o seu próprio estúdio. Assim, tem “uma serie de grupos” com a sua assinatura, que acrescenta não serem muitos, mas “são bons e em 2009 vão começar a sair”.
Pedro Abrunhosa aproveita ainda a ocasião para criticar as recentes declarações de Cavaco Silva acerca do Estatuto Politico-Administrativo da Região, que a seu ver levantaram algumas “perturbações interiores” à própria inerência do cargo de Presidente da República, como “claramente” aconteceu e, a forma como o fez foi “totalmente despropositada, um disparate total”. O cantor defende que o Presidente da República está a “perder um pouco a noção e está a revelar o que já era como primeiro-ministro e não consegue conter-se”.
“Ele foi um ministro que entregou Portugal ao défice. O grande papão ou mostro como ele chamou, foi ele que o criou. Foi Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças durante 12 anos e nós não estamos na situação em que estamos, por obra e graça de Pedro Santana Lopes. Alguém esteve antes dele e de Durão Barros e de Guterres”- enfatiza, classificando a posição de Cavaco Silva como “muito autoritária e a roçar o exagero”, o que o leva a discordar com a “maneira, a hora e o timing” da referida comunicação. O músico do Porto avança ainda que se Cavaco Silva falou ao país, para expor as suas preocupações sobre o Estatuto dos Açores, “quando acontecer alguma coisa, ninguém o vai ouvir. O presidente da república fez um arrastão, que nunca existiu”.

A maior parte do tempo, passa-o em Nova York, devido sobretudo à sua “escrita em filmes” e pela música, pois tanto os discos da sua editora discográfica como os seus são todos tratados no escritório em Nova York. “Comecei como músico na rua, formei a minha escola e um dos sonhos que eu tinha era fundar uma editora e um gravadora, o que já consegui”.
“Nova York é o centro geográfico da actividade musical” e, a dada altura, Portugal é “pequeno” para qualquer um. O mundo está a abrir-se às novas tecnologias e “é uma asneira, confinarmo-nos a um território”. Geograficamente, a música pode facilmente “ultrapassar fronteiras”, através da internet e das rádios, o que diz ter conseguido através de parcerias com Caetano Veloso, por exemplo. Sim, porque “a arte e a cultura conseguem ser sustentáveis e exportarem-se” a si próprias. “Esta actividade é auto-sustentável, não recebe subsídios e cumpre também um papel de diversão”.
Quanto às rádios, o cantor defende que “com a qualidade da música portuguesa que há, também passava mais música estrangeira”. Mas também há “boa” música portuguesa, salienta dizendo não avançar nomes “para não ofender ninguém”. Há, sobretudo, uma “boa memória” da música portuguesa. Aproveita ainda para dizer que enquanto em França ou na Espanha, passam com facilidade “grupos antigos no meio dos novos”, em Portugal não. Ouvimos os grupos que vão aos festivais de verão, onde “não é bem a qualidade que conta”. O objectivo destes festivais é “vender telemóveis e cerveja” e, lamentavelmente, as rádios vão “muito” atrás disso e passam os grupos que lá estão. Sim, porque “há muita música antiga e nova para passar” e muita música má, que se calhar “continuam” a passar.
Referindo-se aos seus gostos pessoais aponta Jorge Palma, Sérgio Godinho, Ornatos e os dois primeiros discos dos Toranja, que “infelizmente” já acabaram, além dos grupos com quem trabalha e que concessiona às multinacionais para uma “maior” divulgação e promoção.
Quanto à situação que se vive a nível mundial, o cantor admite existirem recursos “a nível mundial” para acabar com a fome e “interesses” instalados. Ao acabarmos com a fome em alguns sítios, explica, “as pessoas que comem muito, vão comer menos”. Aproveita também para criticar as comissões distribuidoras dos alimentos e bens a nível internacional, que diz estarem envolvidas em esquemas “extremamente complicados”. Um exemplo é o caso do senador norte-americano John Edwards, que tinha várias pessoas na sua lista de pagamentos. Entre elas, alerta, “a sua amante, que era paga com o dinheiro destinado a famílias carenciadas”. Esta situação “evidentemente” convém aos estados ricos, sobretudo ao hemisfério norte, pois “o hemisfério sul continua na pobreza e na miséria”.
Neste cenário elogia ainda o trabalho de Lula da Silva, presidente do Brasil, que tem feito um “excelente” trabalho, pois “só um presidente que venha da classe operária, que não seja doutor e que conheça a pobreza a pode combater”. De resto, confessa, as petrolíferas têm interesse nisso, tal como as grandes explorações agrícolas e a ordem mundial. Na sua opinião, o problema de fundo é a “falta de ideologia”, porque actualmente não há mais do que o “capitalismo” e o Marxismo acabou, logo não há uma “contra-corrente de poder ideológico”. O pior é que “não há de facto quem defenda os pobres, que estão sem voz”. Afirma gostar da “sinceridade nas pessoas”, mas por outro lado não gosta do “seguidismo, do carneirismo”.
Pedro Abrunhosa adorou estar em São Miguel, onde mais uma vez viajou pela ilha. O cantor afirma ser “impressionante, a diferença de calor humano” que existe nas ilhas. “Desde das Furnas ou da Lagoa, a maneira como as pessoas me abordam na rua, de uma forma extremamente educada, simpática, quente e vê-se que conhecedora, foi uma experiência incrível. Adoro os Açores”- acentua, lembrando ter já escrito uma canção na ilha do Pico, intitulada "Como uma ilha", do disco "Silêncio" e que adora ouvir. Esta canção, sublinha, fala dos Açores e do quanto gosta da Região.
Referindo-se à canção “A Balada de Gisberta”, que dedicou ao transexual assassinado no Porto, o cantor aproveita para dizer que “não basta não ser racista, é preciso ser anti-racista, anti-xenofobia, anti-homofóbico”. É fundamental ter-se noção da “estupidez em que, às vezes, a pessoa se confina, através da ignorância e do silêncio”, pois a evolução da sociedade passa por esta mudança de “mentalidade” e a música rock sempre foi sobre isto. “A última canção que cantei no concerto em São Miguel fala nos miseráveis de Nova York, pois o rock é a história dos pobres”.
Segundo o cantor, para quem está em cima do palco, o concerto em São Miguel foi “do melhor” que tem feito a nível de público. Há uma “apetência cultural” que funciona como uma “esponja”, porque é “muito grande a vontade de participar e o publico conhece as músicas”, obviamente. Diz ter sido um concerto por um lado “muito duro, acutilante e directo”, pois reconhece que os temas não são fáceis. Mas o rock é assim, alerta, ou “fala de coisas a sério ou não fala de nada”, tornando-se em algo “meio pop e esquisito”. E por outro lado, também foi “doce, irónico e tudo, pois meti-me com o publico e ele respondeu às provocações todas”.
A seu ver, a arte não serve para nada, se não for um "ponto de ebulição do cérebro". O cantor encara-a como uma maneira de “exorcizar as suas paranóias, fantasmas, de poupar num psiquiatra e de partilhar com o público, coisas comuns a toda a gente”. Nas suas canções, afirma referir-se a coisas “banais”, como o “desejo, a morte e a separação”, o que talvez leve a esta “interacção” com o público ao longo de muitas gerações.
Diz estar “sempre” a par do que se passa nos Açores e “atento à realidade política por muitas razões”, mas principalmente por não considerar a democracia como um “facto consumado”. “Sempre fui participativo nas questões politicas nacionais com opiniões minhas, que polémicas ou não, são minhas e ainda bem que são polémicas, senão não eram opiniões”.
No que toca a projectos, revela ter “dois discos quase prontos”, a editora, a gravadora e o projecto de concertos no Brasil, Estados Unidos e na Europa. O mais importante é trabalhar todos os dias e “fazer coisas diferentes”, para dentro de um ou dois anos voltar a São Miguel e as pessoas cantarem músicas que têm 16 anos como o "Tudo o que te dou" e, de músicas que tocam "n" vezes, como "Quem Me Leva os Meus Fantasmas", "A Balada de Gisberta" ou o "Ilumina-me", como desta última vez. É isso que faz uma carreira, “ter sempre músicas que digam algo” às pessoas. O seu projecto futuro é “fazer projectos todos os dias”.
Biografia
Pedro Abrunhosa nasceu no Porto a
20 de Dezembro de 1960, tendo iniciado cedo os estudos musicais. Ao terminar o Curso de Composição do Conservatório de Música do Porto vai estudar e trabalhar com os professores Álvaro Salazar e Jorge Peixinho, fazendo também o Curso de Pedagogia Musical com Jos Wuytack.
Começa a sua carreira como docente aos 16 anos na Escola de Música do Porto e dá aulas no ensino oficial, na Escola do
Hot Clube, em Lisboa, e na Escola de Música Caiús. Desenvolve os estudos de Contrabaixo e funda a Escola de Jazz do Porto e a Orquestra da mesma, que dirige e para a qual escreve.
Trabalha nesta área por toda a
Europa com Joe Hunt, Wallace Rooney, Gerry Nyewood, Steve Brown, Todd Coolman, Billy Hart, Bill Dobbins, Dave Schnitter, Jack Walrath, Boulou Ferré, Elios Ferré, Ramon Cardo, Frankie Rose, Vicent Penasse e Tommy Halferty.
Escreve e executa as
bandas sonoras dos filmes: “La Lettre” de Manoel de Oliveira (música incidental), “Amour en Latin”, de Serge Abramovic, “Adão e Eva” de Joaquim Leitão e “Novo Mundo” do cartoonista António. Compõe ainda para as peças de teatro “Possessos de Amor”, “A Teia e O Aniversário de Infanta” e “150 anos De Bonfim”.
Em
1994 edita “Viagens”, o seu primeiro álbum com os “Bandemónio”, que atinge vendas recorde de 243.000 unidades, chegando a tripla platinae onde conta com a participação do saxofonista de James Brown, Maceo Parker. Faz mais de duzentos espectáculos em dois anos, apresentando-se nos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Macau, França, Suíça, Espanha, Luxemburgo, França, Itália e outros.
Lança em
1995 o Maxi-single “F”, juntamente com um livro, alcançando com ambos um inesperado impacto. A canção “Talvez” fazia parte do álbum e foi a primeira vítima da censura, em Portugal, em mais de 20 anos.
Em
1996, edita o seu segundo álbum de originais, “Tempo”, que vende acima das 180.000 unidades, ultrapassando a marca de quádrupla platina e tendo logo na primeira semana vendido 80.000 exemplares. Neste álbum trabalha em Minneapolis, Memphis e Nova Iorque com toda a banda de Prince, os New Power Generation e Tom Tucker, seu engenheiro principal, músicos com os quais se apresenta em digressão. Neste álbum participam ainda Carlos do Carmo, Opus Ensemble e Rui Veloso. Com a música “Se Eu Fosse Um dia o Teu Olhar”, extraído para o filme “Adão e Eva”, bate todos os recordes de bilheteira. A música, entretanto editada no Brasil, vende mais de 8000.000 mil cópias.
É convidado por
Caetano Veloso a realizar um espectáculo conjunto na Expo 98, realizando a maior enchente da Exposição Universal e pelo realizador Manoel d’ Oliveira para protagonista masculino do filme “La Lettre”, rodado em Paris, Itália, Nova Iorque, Lisboa e Londres. Contracena com Chiara Mastroianni. Com esse filme, laureado no Festival de Cinema de Cannes com o Grande Prémio do Júri, tem a oportunidade de fazer a famosa “subida dos 24 degraus”.
Escreve, compõe e produz o musical “Rapaz de Papel”, encomenda do Festival dos Cem Dias. Posteriormente grava todas estas músicas no álbum “Amanhecer”, interpretado por Diana Basto.
Em
1999 edita “Silêncio”, um disco de viragem extremamente importante para a carreira dos Bandemónio. Ultrapassa as 40.000 unidades, atingindo a marca de platina.
As suas canções são gravadas e interpretadas no Brasil, onde se desloca amiúde para digressões, por artistas como Caetano Veloso,
Lenine, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, Sandra de Sá, Syang, Rio Soul, entre muitos outros.
Em
2002 editou Momento, um êxito de vendas e airplay em todas as rádios nacionais, e atingindo novamente a marca de dupla-platina, com vendas superiores a 90.000 unidades. Durante dois anos, a canção homónima “Momento” foi a mais tocada em Portugal.
Em
2003 edita o álbum triplo, “Palco”, resultado dos emblemáticos concertos ao vivo com os Bandemónio e os HornHeads de Prince. Com palco, dupla platina, atinge vendas de 72.000 unidades.
Em
2004 encerra o Rock in Rio Lisboa, concerto integrado na sua digressão 2002/2004 com mais de 120 espectáculos realizados.
Entretanto, tem feito palestras, debates e conferências por todo o país, sobretudo em Faculdades, Escolas, Bibliotecas ou afins. Escreveu para a
TSF, Magazine Artes, Fórum Estudante e tem trabalhos editados nas mais variadas publicações. Em 2006 participou também como vocalista numa das músicas do álbum de estreia da banda portuguesa Cindy Kat, intitulada “A Saída”. Editou o livro “Canções”, que rapidamente esgotou, contendo partituras das suas mais emblemáticas músicas.
Autor e compositor de todas as músicas incluídas nos seus álbuns, Pedro Abrunhosa define-se como “cantautor”.
Lançou em 3 de Abril de 2007 o Single “Quem me leva os meus fantasmas”, o primeiro single do novo álbum "Luz" lançado em 25 de Junho de 2007. O álbum atingiu o galardão de Platina, por vendas superiores a 20.000 unidades.
O primeiro concerto de Pedro Abrunhosa e Bandemónio após o lançamento do álbum Luz teve lugar no espaço Paradise Garage em Lisboa, na noite de 26 de Junho de 2007.
Claramente um rosto de um intelecto superior, a sua capacidade de captação do mundo, tornam-no num criativo que vive o seu génio dependente do que ama, como a cidade do Porto. Canções como o Barco para a Afurada, retornam uma nostalgia única revelando a sua imensa vertente poética. Alvo de um sucesso esmagador de um pais algo parado no tempo nos anos 90, hoje é um prisioneiro do que vende e do seu génio, criando e compondo até hoje.
É acompanhado ao vivo e em estúdio por João André-baixo, Cláudio Souto-Teclas, Edgar Caramelo- Saxofone, Pedro Martins- Bateria e Marco Nunes- Guitarra
É acompanhado ao vivo e em estúdio por João André-baixo, Cláudio Souto-Teclas, Edgar Caramelo- Saxofone, Pedro Martins- Bateria e Marco Nunes- Guitarra.
Da sua discografia constam “Viagens” (1994); “Tempo” (1996); “Tempo Remix Versões” (1997); “Silêncio (1999); “Momento” (2002); “Palco (3 cd) em 2003; o DVD “Intimidades” em 2005 e, “Luz” em 2007, além de um extended play (EP) em formato de cd de nome “F” e “Pedro Abrunhosa” em 1998.

Distinguido com 2 Globos de Ouro; o Prémio Bordallo de Imprensa; 4 prémios BLITZ; 4 prémios Nova Era; Prémio prestígio Nova Gente; Prémio de Melhor Banda Sonora, em Espanha; Prémio Melhor Compositor, pela RCL; Prémio Telemóvel de Ouro, pelo recorde de downloads das suas músicas; Prémio Arco-Íris 2007 da Associação ILGA Portugal pelo tema "Balada de Gisberta", do álbum Luz, o músico conta com mais de 14 anos de carreira, na qual sucessos como “Socorro, estou apaixonado”; ”Não posso mais”; “Tudo o que te dou”, “Viagens”, “Ilumina-me” e “Momento” são apenas alguns dos temas mais conhecido deste cantor e compositor português. O Disco LUZ de Pedro Abrunhosa & Bandemónio atingiu o galardão de Platina, por vendas superiores a 20.000 unidades.


Raquel Moreira

Public in Terra Nostra, Agosto de 2008.

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