quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tocar e ser "feliz"


FINGERTIPS celebram 6 anos de carreira

Têm 6 anos de carreira e êxitos bem conhecidos do público mais jovem. Zé Manuel (Voz); Rui Saraiva (Baixo); Alexis Dias (Guitarra) e Jorge Oliveira (Bateria) formam os Fingertips, que lançaram, na passada semana, o seu último trabalho, Life Act. Um disco através do qual os fãs poderão lembrar todo o percurso da banda e que irá apoiar a Associação de Crianças Desaparecidas. Uma iniciativa nobre, de quem pretende apenas continuar na música e ser “feliz”.

“Melancholic Balllad” e “Cause to Love You” são alguns dos êxitos dos Fingertips, uma banda bem popular sobretudo junto das camadas mais jovens. Temas como "Cause to love you", "How do you know me", "You''re Gone (everybody knows that)", "Melancholic Ballad (for the leftlovers)", "Move Faster" e "Picture of my Own" estiveram em palco, no lançamento do último trabalho da banda, o Life Act.
Zé Manel, vocalista da banda, começa por contar que a banda nasceu graças a um “feliz acaso”, em que foi apresentado a Rui Saraiva, o actual baixista do grupo, há cerca de seis anos e “daí a percebemos que a nossa comunicação musical podia resultar numa situação interessante foi um pulo”.
“Lançámos o primeiro disco e daí até este Live Act temos sido presenteados por uma série de momentos especiais”- acrescenta.
Questionado sobre “Melancholic Balllad e Cause to Love You”, dois dos maiores sucessos do grupo, Zé revela que foi ele próprio o “autor” das letras. Fê-lo inspirado em “situações do dia-a-dia e em histórias pessoais”, mas ao mesmo tempo, reconhece que cada um pode “interpretá-las à sua maneira”. A música foi de Rui Saraiva.
Zé Manei iniciou-se bem cedo no mundo da música, com apenas “13 anos” de idade.
“O All 'bout smoke and mirrors foi editado em 2003, o que na altura fez com que ganhasse um sentido de responsabilidade e disciplina que me faz, hoje, ver as coisas com outro afinco e competência. Sem dúvida, tenho que agradecer às pessoas que, desde então, trabalham comigo e que acreditaram na minha voz”- salienta.
Fazendo um balanço destes 6 anos de existência do grupo, o vocalista da banda afirma que “melhor é impossível”. A seu ver, actuar no Rock in rio, Vilar de Mouros, nas primeiras partes de George Michael, Queen ou Nelly Furtado serão “para sempre momentos inesquecíveis”.
Na sua opinião, o último trabalho dos Fingertips, LIVE ACT, lançado a 21 de Junho, permite às pessoas “reviverem” junto com a banda, toda a sua história musical nestes 6 anos de estrada. Além disso, o concerto “marca o início de um longa jornada de apoio à Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (www.ap-cd.pt)”.
O regresso aos Açores foi mais um “feliz convite” que a banda recebeu, esclarece, avançando que será, “certamente, um prazer” para o grupo actuar nos Açores, Região da qual diz guardarem as “melhores recordações”.
Referindo-se ao facto do mundo da música, em Portugal, ser complicado de alcançar, e ao de muitas pessoas tentarem criar ‘falsas amizades’, por se ser um músico conhecido, Zé considera que isto “só acontece a quem deixa”. Afirma que o tempo é “pouco” e deve ser passado com os verdadeiros “Amigos”, que apesar de serem “poucos”, “felizmente” conhece e conhecem-no há “anos”.
Segundo o vocalista do grupo, e apesar da música ser “universal”, o cantarem em inglês tem ajudado a banda a ser conhecida no estrangeiro, pois “facilita a comunicação cantar numa língua internacional”.
Costuma dizer-se que por Portugal ser um país pequeno e a língua portuguesa ser complicada de aprender, a música portuguesa tem dificuldades de ir além fronteiras. Para Zé, “depende da área em que nos queremos enquadrar”- sublinha, admitindo ser óbvio que “não faria sentido cantar fado em inglês”, dado que é ‘world music’. Mas a banda de Pop Rock, os Tokio Hotel, por exemplo, “só saiu da Alemanha quando editou o disco em inglês”.
Em termos futuros, o objectivo é “continuar a tocar, sermos felizes e manter o carinho que temos recebido das pessoas”. E, claro, “voltar mais vezes aos Açores”- arremata, com um sorriso.
A banda
Os Fingertips são uma banda portuguesa (liricamente anglo-saxónica) no domínio do comercial e com algumas sonoridades alternativas. O seu primeiro single foi Melancholic Ballad for the Leftlovers, seguindo-se o famoso Picture Of My Own, retirados do álbum All 'Bout Smoke 'N Mirrors. O grupo pisou já o palco do Festival Vilar de Mouros, do Rock in Rio Lisboa, fez a primeira parte do concerto de Nelly Furtado, de The Corrs e Queen e foi já reconhecido com diversas nomeações.
Tudo aconteceu em finais de 2003, quando um disco de estreia de uma também estreante banda portuguesa chegou às lojas. O disco chamava-se "All 'Bout Smoke N' Mirrors". A banda, Fingertips.
A banda, formada por Zé Manel (voz), Rui Saraiva (baixo), Domingos Alves (pianista), Alexis Dias (guitarra) e Jorge Oliveira (baterista) começou assim a trilhar o seu próprio caminho na música moderna portuguesa. Nada ao acaso, nada sem querer. Tudo com intenção, tudo por querer. Querer ganhar, querer conquistar o seu lugar ao sol. Em inglês. Para Portugal e para o Mundo!
Em All 'Bout Smoke N' Mirrors, todas as letras foram escritas por Zé, que apesar de na altura ter 13 anos de idade, já mostrava uma maturidade poética bastante avançada, em que misturava, de um modo simples, o seu lado melodramático, nostálgico, irónico e sonhador.
As músicas, essas, foram compostas por Rui Saraiva e H. Matos, com a excepção de "Lost In My Sleep" (de Alexandre Almeida), que de uma maneira simples mas arrojada, embalam na perfeição os poemas.
All 'Bout Smoke N' Mirrors, um dos maiores sucessos de 2003, inclui dois dos singles mais rodados/escutados nas rádios portuguesas."Melancholic Ballad (For The Leftlovers)" e "How Do You Know Me".
A imagem é também uma ferramenta cada vez mais importante e a banda sabendo disso, apostou muito nesse aspecto. Não só nas fotos de promoção, como também no cuidado visual ("Melancholic Ballad (For The Leftlovers)" e/ou inovação ("How Do You Know Me") dos vídeos. O vídeo realizado por João Menezes, foi seleccionado para Festivais internacionais em Torrelavega (Espanha), Leicester e Londres (Inglaterra) e Clermont Ferrand (França).
"Melancholic Ballad (For The Leftlovers)" foi o grande responsável por toda a loucura que invadiu a rádio e televisão portuguesas em 2004. Na rádio, o tema atingiu o 1º lugar das músicas mais tocadas e a banda ganhou o galardão de melhor artista nacional da rádio Nova Era. em televisão, o tema fez parte da banda sonora da telenovela Celebridade e fez com que a banda fosse nomeada para dois globos de ouro nas categorias de Melhor Canção e Melhor Grupo.
Nesse mesmo ano, o single "Picture Of My Own" foi o tema escolhido pela Super Bock para servir de banda sonora à nova campanha.
Ainda em 2004, asseguraram a primeira parte do espectáculo dos The Corrs, no Estádio Municipal de Braga, actuaram no palco principal do festival Vilar de Mouros e para finalizar o ano, tocaram na passagem de ano com Nelly Furtado.
Durante todo o ano, os Fingertips apresentaram ao público uma série de concertos acústicos, sob o título N' Outros Lugares, um concerto intimista e de partilha de emoções.
Já em Janeiro de 2005, os Fingertips gravaram o seu primeiro DVD ao vivo, baseado num concerto acústico dado na discoteca Act, no Porto. Começaram então as gravações de um novo álbum editado em Março de 2006: Catharsis.
Continuando o caminho trilhado pelo disco de estreia, o segundo (e sempre difícil) álbum, Catharsis, confirma os Fingertips não como uma promessa da música nacional, mas como uma certeza. A prova é o single de apresentação "'Cause To Love You": uma balada bem ao estilo dos Fingertips, melancólica, apaixonada, intensa e cativante.
Em Outubro de 2006 e após um Verão com a importante participação no Rock in Rio, os Fingertips apresentaram mais um single. Desta vez o eleito foi "Move Faster" e para além da versão normal a banda decidiu convidar Nuno Nobre Aka Hydro, para fazer uma remistura do tema.
Fazer a ligação dos anos 80 até às pistas de dança de hoje foi o desafio que os FINGERTIPS colocaram a Nuno Nobre, que trabalhou de forma magistral o triângulo Rock-Electro-Dance e marcou a remistura com um mix de influências notáveis.
Maio de 2007 foi o mês escolhido para editar o duplo single "Outsider Nº 12" e a balada "You're Gone" como novas apostas para a promoção do álbum "Catharsis". Este single duplo foi editado com temas foram escolhidos pelos fãs.
Durante o mesmo mês, a banda estreou no seu site oficial (www.thefingertips.com) o teledisco do tema "18th of March", gravado por ocasião do Portugal Fashion.
Também em Maio desse ano, os Fingertips foram convidados a realizar a primeira parte do concerto de George Michael em Portugal, o que os deixou surpresos, após terem tido outras experiências com artistas como os Queen (com o vocalista Paul Rogers), The Corrs e Nelly Furtado.
2008 é o ano da edição do primeiro disco ao vivo dos Fingertips: “Live at ACT". Trabalho que surge como o cumprimento de uma promessa, ao trazer o registo ao vivo do inesquecível concerto de Natal da banda, realizado em Dezembro de 2007 na Discoteca ACT, no Porto.
De revelação em 2003, os Fingertips assumem-se agora, de vez, como um dos mais interessantes e fundamentais grupos portugueses, ancorados na voz e na poesia de Zé Manuel, que se mostraram em toda a sua plenitude neste concerto captado ao vivo, sob o título "Live at ACT".
E a história continua em 2008, com uma digressão nacional e o lançamento também em DVD de “Live at ACT”.

Raquel Moreira
Public in Julho de 2008.

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