A imagem de Portugal no estrangeiro, a avaliação de professores, o turismo nos Açores e os recentes escândalos na área da educação, foram alguns dos temas abordados por Abílio Fonseca, presidente da Associação de Relações Publicas de Portugal, na sua visita à Região.
Abílio Fonseca, presidente da Associação de Relações Públicas de Portugal, relata ao Terra Nostra que iniciou o seu percurso profissional "aos 16 anos, como 'foca' (jornalista aprendiz) na delegação do jornal "O Século", no Porto". O que lhe permitiu acumular funções redactoriais com trabalho numa rádio local, na qual criou, aos 18 anos, o programa diário Rádio Jornal. "Além disto, era ainda copyrighter (responsável pela parte de texto), numa agência de publicidade do norte"- acrescenta.
Apoiado pelo chefe de redacção, continuou os seus estudos, tendo feito o liceu e grande parte do Curso Superior de Belas Artes. "Terminei o curso superior era já professor do ensino secundário. Carreira que prossegui, sem, no entanto, deixar a área da comunicação institucional, onde continuei como freelancer".
Em 1971, Abílio Fonseca foi convidado para estar à frente da comunicação publicitária e relacional de uma empresa da cidade do Porto, tarefa que desempenhou em acumulação com o ensino. Conhecido pelo trabalho desenvolvido nesta área o presidente da associação recebeu um convite da Direcção do Instituto Superior da Maia (ISMAI), aquando da sua fundação há 18 anos, para dar aulas aos alunos de Relações Públicas, "curso do qual sou também coordenador"- salienta, lembrando que "em 2009, faço 50 anos como professor".
Quanto à sua vinda a São Miguel, Abílio Fonseca explica que lhe foi proposto por Rui Veloso, docente de Relações-Públicas da Universidade dos Açores e seu antigo aluno do ISMAI, que participasse no Colóquio sobre o tema "Relações Públicas – que desafios?", evento promovido pelo Núcleo de Estudantes de Relações Públicas e Comunicação da Universidade dos Açores (NURP-UAc). "Perante a sua insistência, não podia deixar de dar o meu contributo, com o fim primeiro de ajudar à promoção desta actividade no arquipélago, tanto mais que presido à ARPP - Associação de Relações Públicas de Portugal, cujo principal objectivo é a defesa e desenvolvimento da profissão"- enfatiza.
O seu painel intitulava-se " A imprescindibilidade das Relações-Públicas" o que, a seu ver, "deixa entrever o seu conteúdo".
Há 30 anos que Abílio Fonseca conhece as ilhas de S. Miguel e Terceira e sabe não se tratarem de "porta-aviões no meio do Atlântico ou apenas ilhas paradisíacas e, muito menos, alfobre de emigrantes". Muito pelo contrário, sabe que "tem GENTE exemplar em cultura, em dedicação ao trabalho, em capacidade de sonhar e realizar os seus sonhos".
Aliás, quando estava prestes a ser criada a Universidade dos Açores Abílio conta que foi "sondado" para lhe dar o seu contributo como docente"-proposta pela qual, "apenas por razões familiares é que não me deixei tentar".
No que diz respeito ao que poderia ser feito, para que os Açores se tornem mais conhecidos a nível internacional, o presidente da associação revela que "gostaria de poder apresentar um projecto de promoção dos Açores". Avançando que, para isso teria de "viver algum tempo na Região, conhecer bem as suas potencialidades, as suas gentes, os seus costumes, o seu folclore, a sua Música, a sua Literatura, a sua História, as suas artes plásticas, o seu Teatro e outras artes perfomativas, os seus monumentos, as suas paisagens, a sua gastronomia, a sua Agricultura". Sem esquecer o facto de que necessitaria de ter "contactos com os seus emigrantes" nos países de acolhimento.
Numa 2ª fase, teria de "conceber" vários eventos. Nomeadamente, "no estrangeiro, em mostras internacionais e, no continente, com exposições próprias, ou participações em eventos adequados"-anuncia.
Afirma ainda que convidaria "personalidades do mundo dos negócios, do desporto, da moda, do cinema, etc. estadias, às quais daria o devido realce na Informação". "Procuraria que se produzissem vídeos promocionais de alta qualidade, com comentários nas 3 ou 4 línguas mais faladas no mundo e oferecê-los-ia ás cadeias de televisão mais proeminentes do estrangeiro e do continente"-acrescenta.
Tentaria também "estimular os emigrantes a fazerem nos países de acolhimento, promoção presencial da sua terra natal, com apresentação do seu folclore e da sua gastronomia, principalmente dos seus qualificados produtos agrícolas mais característicos".
"Mas, na nesta actividade, não se pode mistificar, nem falar do que não se conhece BEM"- salienta.
A imagem de Portugal no estrangeiro, segundo Abílio Fonseca, "não é optimista", tendo em conta o que os media portugueses vão traduzindo, na sua interpretação da realidade nacional.
"Parece que se asfixia em desesperança no futuro, consequência directa do descrédito na Política, provavelmente acentuada pela maneira pouco construtiva como os portugueses encaram os seus problemas, culpando sempre OS OUTROS, sem procurar sanar as suas própria culpas"-realça, lembrando que "lá fora, parece que a imagem que projectamos também não é muito famosa a avaliar pelo que ali é publicado".
Por outro lado, admite que quando viaja por outros países, recebe "elogios", regra geral.
Segundo Abílio Fonseca, para além do fado e da boa gastronomia, Portugal é também conhecido no mundo como um país de "Paz social, ausência de terrorismo, simpatia das nossas gentes, belo clima, paisagens diversificadas e mesmo deslumbrantes (haja em vista as açorianas), cultura, monumentos, História, e… futebol de qualidade".
O maior desafio que se impõe a Portugal, nos tempos mais próximos consiste em "recriar uma consciência colectiva, o orgulho de pertença, uma responsabilização eficaz, uma dedicação construtiva ao trabalho, uma capacidade de planeamento, em suma, uma afirmação de plena cidadania".
Quanto à imagem que Portugal transmite a nível politico, o presidente da associação de Relações Publicas de Portugal argumenta que "a Política-Serviço foi superada pela Política-para-o-Poder-pelo-Poder, pela Política–do-vale-tudo".
"Que longe estamos da Política, como a mais nobre das funções humanas!"-acentua.
Na sua opinião, a polémica da avaliação dos professores instalou-se, não porque os professores do ensino público se recusem a ser avaliados cientificamente, mas justamente porque "alguns dos parâmetros da avaliação proposta 'de cima' parece ser incorrecta ou incompleta ou mesmo incompreensível"-lamenta, lembrando que, recentemente, "uma sondagem da Gallup Organization revelava que 42% dos portugueses confiam nos professores e apenas 7 % confiam nos políticos".
Quanto ao impacto que os escândalos nas Universidades, nomeadamente a Moderna e a Independente, possam ter causado a nível internacional, Abílio Fonseca afirma não poder responder com "profundidade".
"Posso dizer-lhe apenas que ouvi, de alguns colegas meus de universidades estrangeiras – poucos, por sinal – comentários mais do género "Como é que foi isso na universidade tal?" ou "O vosso primeiro-ministro formou-se como?". Perante as minhas respostas, dadas com objectividade, não continuavam a insistir nos temas"- explica.
Referindo-se à situação da educação em Portugal, o presidente da associação afirma tratar-se um assunto muito vasto e complexo, avançando que "a vida caracteriza-se por ser constantemente sujeita à evolução. "O mundo é composto de mudança"; a Educação, sobretudo na sua vertente do Ensino, tem de acompanhar a mudança e, às vezes ser ela a própria mudança".
Por isso, atreve-se a dizer que "a Educação não pode reformar-se, deve ir-se reformando…A Ciência, a Técnica, a Arte, não são imutáveis; pelo contrário". Como consequência, o ensino tem de "acompanhar toda a evolução humana".
"Os costumes, as necessidades, as exigências, têm, também, os seus percursos e é necessário prestar-lhes atenção, sem ignorar os valores que são os suportes das sociedades humanas"- salienta.
Segundo o seu ponto de vista, o país vive uma crise que gosta de pensar ser de "crescimento". Daí que tem a "esperança e a certeza" de que o Homem saberá, sempre, encontrar o seu caminho e que atrás de tempos menos felizes, melhores tempos virão. "Pelo menos os ciclos históricos assim permitem antever" – explica, revelando que "foi nesta filosofia que fui educado".
Quanto ao facto das Relações Públicas serem vistas como uma empresa dentro de empresas, o professor do ISMAI confessa que "nunca" conheceu essa perspectiva acerca das Relações-Públicas, pois sempre aprendeu, sempre investiguou, sempre agiu e sempre ensinou na convicção de que tal actividade "é um serviço que se presta e não um mundo egoísta, fechado em si mesmo. Não é uma torre-de-marfim, mas aquilo que chamo de ponte de entendimento!"- afirma, salientando que os seus profissionais só se realizam "no contacto com os públicos e jamais se "enconcham" nos seus gabinetes!".
A Associação de Relações Publicas de Portugal( ARPP), da qual é presidente, "representa os profissionais e especialistas de Relações-Públicas e a defesa dos seus interesses, inclusive diligenciando perante o Estado a acreditação / credencialização desses profissionais e especialistas".
Deste modo, esta entidade tem como objectivos a "promoção e defesa" dos interesses dos seus associados e, de um modo geral, de todos os profissionais de Relações Públicas; divulgando a imagem da profissão e estabelecendo relações com o sector empresarial, visando a "integração dos relacionistas" nos seus quadros.
Procura ainda a "promoção da componente prática da aprendizagem", ministrada nos cursos superiores da especialidade, nomeadamente através de "estágios, visitas e estudos de caso"; informar acerca das "políticas, acções e problemas que afectem o exercício da profissão e do respectivo ensino", cooperando com os estabelecimentos escolares que ministrem cursos de Relações Públicas, com vista à "afirmação da qualidade do ensino em tal especialidade", além de "promover publicações e realizações no âmbito da actividade relacional".
Abílio Fonseca explica anda que, actualmente, a associação se encontra em fase de "reestruturação", o que não lhe permite avançar muitos dados.
Estando para breve uma Assembleia-Geral de que sairão novos corpos gerentes e, necessariamente, a "revitalização que tanto necessita", os eventuais projectos serão da responsabilidade de quem vier a timonar a Associação.
Mesmo assim, Abílio Fonseca afirma que a ARPP se torna "cada vez mais necessária aos profissionais, pois, à medida que o sector cresce, aumentam as dificuldades"para os seus agentes.
Lamenta ainda o facto desta actividade continuar a ter a "incompreensão (e até animosidade, para não dizer inimizade) de muitos jornalistas, publicitários e mercadologistas", mas vai "conquistando"cada vez mais espaço, graças às suas características de "humanismo nas suas relações e de verismo na informação que presta".
"Por outro lado, há, no mundo dos negócios e das organizações em geral, a crescente convicção de que são imprescindíveis as sinergias provocadas pela utilização inteligente da Comunicação Integrada, de que as Relações-Públicas fazem parte"- conclui.
Raquel Moreira
Public in Terra Nostra, Março de 2008.
Abílio Fonseca, presidente da Associação de Relações Públicas de Portugal, relata ao Terra Nostra que iniciou o seu percurso profissional "aos 16 anos, como 'foca' (jornalista aprendiz) na delegação do jornal "O Século", no Porto". O que lhe permitiu acumular funções redactoriais com trabalho numa rádio local, na qual criou, aos 18 anos, o programa diário Rádio Jornal. "Além disto, era ainda copyrighter (responsável pela parte de texto), numa agência de publicidade do norte"- acrescenta.
Apoiado pelo chefe de redacção, continuou os seus estudos, tendo feito o liceu e grande parte do Curso Superior de Belas Artes. "Terminei o curso superior era já professor do ensino secundário. Carreira que prossegui, sem, no entanto, deixar a área da comunicação institucional, onde continuei como freelancer".
Em 1971, Abílio Fonseca foi convidado para estar à frente da comunicação publicitária e relacional de uma empresa da cidade do Porto, tarefa que desempenhou em acumulação com o ensino. Conhecido pelo trabalho desenvolvido nesta área o presidente da associação recebeu um convite da Direcção do Instituto Superior da Maia (ISMAI), aquando da sua fundação há 18 anos, para dar aulas aos alunos de Relações Públicas, "curso do qual sou também coordenador"- salienta, lembrando que "em 2009, faço 50 anos como professor".
Quanto à sua vinda a São Miguel, Abílio Fonseca explica que lhe foi proposto por Rui Veloso, docente de Relações-Públicas da Universidade dos Açores e seu antigo aluno do ISMAI, que participasse no Colóquio sobre o tema "Relações Públicas – que desafios?", evento promovido pelo Núcleo de Estudantes de Relações Públicas e Comunicação da Universidade dos Açores (NURP-UAc). "Perante a sua insistência, não podia deixar de dar o meu contributo, com o fim primeiro de ajudar à promoção desta actividade no arquipélago, tanto mais que presido à ARPP - Associação de Relações Públicas de Portugal, cujo principal objectivo é a defesa e desenvolvimento da profissão"- enfatiza.
O seu painel intitulava-se " A imprescindibilidade das Relações-Públicas" o que, a seu ver, "deixa entrever o seu conteúdo".
Há 30 anos que Abílio Fonseca conhece as ilhas de S. Miguel e Terceira e sabe não se tratarem de "porta-aviões no meio do Atlântico ou apenas ilhas paradisíacas e, muito menos, alfobre de emigrantes". Muito pelo contrário, sabe que "tem GENTE exemplar em cultura, em dedicação ao trabalho, em capacidade de sonhar e realizar os seus sonhos".
Aliás, quando estava prestes a ser criada a Universidade dos Açores Abílio conta que foi "sondado" para lhe dar o seu contributo como docente"-proposta pela qual, "apenas por razões familiares é que não me deixei tentar".
No que diz respeito ao que poderia ser feito, para que os Açores se tornem mais conhecidos a nível internacional, o presidente da associação revela que "gostaria de poder apresentar um projecto de promoção dos Açores". Avançando que, para isso teria de "viver algum tempo na Região, conhecer bem as suas potencialidades, as suas gentes, os seus costumes, o seu folclore, a sua Música, a sua Literatura, a sua História, as suas artes plásticas, o seu Teatro e outras artes perfomativas, os seus monumentos, as suas paisagens, a sua gastronomia, a sua Agricultura". Sem esquecer o facto de que necessitaria de ter "contactos com os seus emigrantes" nos países de acolhimento.
Numa 2ª fase, teria de "conceber" vários eventos. Nomeadamente, "no estrangeiro, em mostras internacionais e, no continente, com exposições próprias, ou participações em eventos adequados"-anuncia.
Afirma ainda que convidaria "personalidades do mundo dos negócios, do desporto, da moda, do cinema, etc. estadias, às quais daria o devido realce na Informação". "Procuraria que se produzissem vídeos promocionais de alta qualidade, com comentários nas 3 ou 4 línguas mais faladas no mundo e oferecê-los-ia ás cadeias de televisão mais proeminentes do estrangeiro e do continente"-acrescenta.
Tentaria também "estimular os emigrantes a fazerem nos países de acolhimento, promoção presencial da sua terra natal, com apresentação do seu folclore e da sua gastronomia, principalmente dos seus qualificados produtos agrícolas mais característicos".
"Mas, na nesta actividade, não se pode mistificar, nem falar do que não se conhece BEM"- salienta.
A imagem de Portugal no estrangeiro, segundo Abílio Fonseca, "não é optimista", tendo em conta o que os media portugueses vão traduzindo, na sua interpretação da realidade nacional.
"Parece que se asfixia em desesperança no futuro, consequência directa do descrédito na Política, provavelmente acentuada pela maneira pouco construtiva como os portugueses encaram os seus problemas, culpando sempre OS OUTROS, sem procurar sanar as suas própria culpas"-realça, lembrando que "lá fora, parece que a imagem que projectamos também não é muito famosa a avaliar pelo que ali é publicado".
Por outro lado, admite que quando viaja por outros países, recebe "elogios", regra geral.
Segundo Abílio Fonseca, para além do fado e da boa gastronomia, Portugal é também conhecido no mundo como um país de "Paz social, ausência de terrorismo, simpatia das nossas gentes, belo clima, paisagens diversificadas e mesmo deslumbrantes (haja em vista as açorianas), cultura, monumentos, História, e… futebol de qualidade".
O maior desafio que se impõe a Portugal, nos tempos mais próximos consiste em "recriar uma consciência colectiva, o orgulho de pertença, uma responsabilização eficaz, uma dedicação construtiva ao trabalho, uma capacidade de planeamento, em suma, uma afirmação de plena cidadania".
Quanto à imagem que Portugal transmite a nível politico, o presidente da associação de Relações Publicas de Portugal argumenta que "a Política-Serviço foi superada pela Política-para-o-Poder-pelo-Poder, pela Política–do-vale-tudo".
"Que longe estamos da Política, como a mais nobre das funções humanas!"-acentua.
Na sua opinião, a polémica da avaliação dos professores instalou-se, não porque os professores do ensino público se recusem a ser avaliados cientificamente, mas justamente porque "alguns dos parâmetros da avaliação proposta 'de cima' parece ser incorrecta ou incompleta ou mesmo incompreensível"-lamenta, lembrando que, recentemente, "uma sondagem da Gallup Organization revelava que 42% dos portugueses confiam nos professores e apenas 7 % confiam nos políticos".
Quanto ao impacto que os escândalos nas Universidades, nomeadamente a Moderna e a Independente, possam ter causado a nível internacional, Abílio Fonseca afirma não poder responder com "profundidade".
"Posso dizer-lhe apenas que ouvi, de alguns colegas meus de universidades estrangeiras – poucos, por sinal – comentários mais do género "Como é que foi isso na universidade tal?" ou "O vosso primeiro-ministro formou-se como?". Perante as minhas respostas, dadas com objectividade, não continuavam a insistir nos temas"- explica.
Referindo-se à situação da educação em Portugal, o presidente da associação afirma tratar-se um assunto muito vasto e complexo, avançando que "a vida caracteriza-se por ser constantemente sujeita à evolução. "O mundo é composto de mudança"; a Educação, sobretudo na sua vertente do Ensino, tem de acompanhar a mudança e, às vezes ser ela a própria mudança".
Por isso, atreve-se a dizer que "a Educação não pode reformar-se, deve ir-se reformando…A Ciência, a Técnica, a Arte, não são imutáveis; pelo contrário". Como consequência, o ensino tem de "acompanhar toda a evolução humana".
"Os costumes, as necessidades, as exigências, têm, também, os seus percursos e é necessário prestar-lhes atenção, sem ignorar os valores que são os suportes das sociedades humanas"- salienta.
Segundo o seu ponto de vista, o país vive uma crise que gosta de pensar ser de "crescimento". Daí que tem a "esperança e a certeza" de que o Homem saberá, sempre, encontrar o seu caminho e que atrás de tempos menos felizes, melhores tempos virão. "Pelo menos os ciclos históricos assim permitem antever" – explica, revelando que "foi nesta filosofia que fui educado".
Quanto ao facto das Relações Públicas serem vistas como uma empresa dentro de empresas, o professor do ISMAI confessa que "nunca" conheceu essa perspectiva acerca das Relações-Públicas, pois sempre aprendeu, sempre investiguou, sempre agiu e sempre ensinou na convicção de que tal actividade "é um serviço que se presta e não um mundo egoísta, fechado em si mesmo. Não é uma torre-de-marfim, mas aquilo que chamo de ponte de entendimento!"- afirma, salientando que os seus profissionais só se realizam "no contacto com os públicos e jamais se "enconcham" nos seus gabinetes!".
A Associação de Relações Publicas de Portugal( ARPP), da qual é presidente, "representa os profissionais e especialistas de Relações-Públicas e a defesa dos seus interesses, inclusive diligenciando perante o Estado a acreditação / credencialização desses profissionais e especialistas".
Deste modo, esta entidade tem como objectivos a "promoção e defesa" dos interesses dos seus associados e, de um modo geral, de todos os profissionais de Relações Públicas; divulgando a imagem da profissão e estabelecendo relações com o sector empresarial, visando a "integração dos relacionistas" nos seus quadros.
Procura ainda a "promoção da componente prática da aprendizagem", ministrada nos cursos superiores da especialidade, nomeadamente através de "estágios, visitas e estudos de caso"; informar acerca das "políticas, acções e problemas que afectem o exercício da profissão e do respectivo ensino", cooperando com os estabelecimentos escolares que ministrem cursos de Relações Públicas, com vista à "afirmação da qualidade do ensino em tal especialidade", além de "promover publicações e realizações no âmbito da actividade relacional".
Abílio Fonseca explica anda que, actualmente, a associação se encontra em fase de "reestruturação", o que não lhe permite avançar muitos dados.
Estando para breve uma Assembleia-Geral de que sairão novos corpos gerentes e, necessariamente, a "revitalização que tanto necessita", os eventuais projectos serão da responsabilidade de quem vier a timonar a Associação.
Mesmo assim, Abílio Fonseca afirma que a ARPP se torna "cada vez mais necessária aos profissionais, pois, à medida que o sector cresce, aumentam as dificuldades"para os seus agentes.
Lamenta ainda o facto desta actividade continuar a ter a "incompreensão (e até animosidade, para não dizer inimizade) de muitos jornalistas, publicitários e mercadologistas", mas vai "conquistando"cada vez mais espaço, graças às suas características de "humanismo nas suas relações e de verismo na informação que presta".
"Por outro lado, há, no mundo dos negócios e das organizações em geral, a crescente convicção de que são imprescindíveis as sinergias provocadas pela utilização inteligente da Comunicação Integrada, de que as Relações-Públicas fazem parte"- conclui.
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