Basta, muitas vezes, sairmos à rua para depararmos com situações menos ‘normais’. São pessoas a atirar o lixo para o chão, quando o cesto de papéis está a menos de meio metro. São pessoas a atravessar a rua sem mais nem menos e fora da passadeira, quando esta se situa a uma ou duas polegadas. Isto não pode continuar, caros leitores! É preciso civilizar as pessoas.
E quantas vezes, não vamos percorrendo as ruas, cheios de pressa ou com todo o tempo do mundo, e de repente uma música, com maior ou menor qualidade, nos entra pelos ouvidos a dentro, sem que nada possamos fazer contra isso? Basta que passe um automóvel de vidros abertos e com o volume do rádio no máximo, para que as ruas sejam automaticamente ‘poluídas’ a nível sonoro. Uns aderem e dão um ou outro passo tímido a acompanhar o ritmo da melodia que, muitas vezes nem ritmo tem, outro limitam-se a tapar os ouvidos e a fazer uma ‘careta’, apressando disfarçadamente o passo para saírem daquele burburinho. E podemos dar graças a Deus, penso eu, de não vermos pessoas a passear pelas ruas de rádio na mão com o som aos altos berros. Felizmente, esta moda ainda não ‘pegou’ nos Açores. ‘Cala-te boca’, como se costuma dizer, não esteja eu a dar ideias!
E pessoas a falarem ao telemóvel como se estivessem a telefonar para os familiares emigrados na América, há uns anos atrás? Antigamente, sim. As ligações eram más e tinha que se falar mais alto. Hoje em dia, isto não se justifica! Graças ao avanço da tecnologia não precisamos de estar a ouvir tudo e mais alguma coisa, sobre a vida das pessoas, como ao que parece, lamentavelmente afinal ainda acontece. É nos autocarros, pelas ruas, nos supermercados! É uma autêntica anedota. Como se já não bastasse encontrar alguém que parece estar a falar sozinho, mas no fim das contas está apenas a cantarolar as canções do seu artista preferido, no seu MP3 ou Ipod de última geração.
Sim, caros leitores, porque vendo bem as ‘coisas’ há muita que não bate certo. É raro o dia em que não ouvimos alguém a queixar-se de não ter emprego ou por não poder comprar isto ou aquilo, mas a verdade é que correndo as lojas à procura de brinquedos caros, como fiz recentemente a título de curiosidade, constatei que não havia praticamente nada em loja nenhuma. E se isto acontece, é porque, efectivamente, as pessoas têm dinheiro ou, pelo menos, cartão de crédito para os comprar. A realidade é esta, se formos a ver quantas famílias vivem com base nos cartões de crédito que, como todos sabemos, não sendo pagos no final do mês acumulam juros e mais juros, ficamos com o cabelo todo em pé. Ganha-se 500 e gasta-se 600, assim não funciona. A táctica funciona, como se pode verificar, mas ‘não funciona’. É apenas uma maneira de adiar o pagamento e ir enchendo o saco das dívidas. Nunca um provérbio se aplicou tão bem a uma situação como este, ‘grão a grão enche a galinha o papo’. Neste caso, não é o papo, mas o banco!
Raquel Moreira
Public in Terra Nostra, Junho de 2008.
E quantas vezes, não vamos percorrendo as ruas, cheios de pressa ou com todo o tempo do mundo, e de repente uma música, com maior ou menor qualidade, nos entra pelos ouvidos a dentro, sem que nada possamos fazer contra isso? Basta que passe um automóvel de vidros abertos e com o volume do rádio no máximo, para que as ruas sejam automaticamente ‘poluídas’ a nível sonoro. Uns aderem e dão um ou outro passo tímido a acompanhar o ritmo da melodia que, muitas vezes nem ritmo tem, outro limitam-se a tapar os ouvidos e a fazer uma ‘careta’, apressando disfarçadamente o passo para saírem daquele burburinho. E podemos dar graças a Deus, penso eu, de não vermos pessoas a passear pelas ruas de rádio na mão com o som aos altos berros. Felizmente, esta moda ainda não ‘pegou’ nos Açores. ‘Cala-te boca’, como se costuma dizer, não esteja eu a dar ideias!
E pessoas a falarem ao telemóvel como se estivessem a telefonar para os familiares emigrados na América, há uns anos atrás? Antigamente, sim. As ligações eram más e tinha que se falar mais alto. Hoje em dia, isto não se justifica! Graças ao avanço da tecnologia não precisamos de estar a ouvir tudo e mais alguma coisa, sobre a vida das pessoas, como ao que parece, lamentavelmente afinal ainda acontece. É nos autocarros, pelas ruas, nos supermercados! É uma autêntica anedota. Como se já não bastasse encontrar alguém que parece estar a falar sozinho, mas no fim das contas está apenas a cantarolar as canções do seu artista preferido, no seu MP3 ou Ipod de última geração.
Sim, caros leitores, porque vendo bem as ‘coisas’ há muita que não bate certo. É raro o dia em que não ouvimos alguém a queixar-se de não ter emprego ou por não poder comprar isto ou aquilo, mas a verdade é que correndo as lojas à procura de brinquedos caros, como fiz recentemente a título de curiosidade, constatei que não havia praticamente nada em loja nenhuma. E se isto acontece, é porque, efectivamente, as pessoas têm dinheiro ou, pelo menos, cartão de crédito para os comprar. A realidade é esta, se formos a ver quantas famílias vivem com base nos cartões de crédito que, como todos sabemos, não sendo pagos no final do mês acumulam juros e mais juros, ficamos com o cabelo todo em pé. Ganha-se 500 e gasta-se 600, assim não funciona. A táctica funciona, como se pode verificar, mas ‘não funciona’. É apenas uma maneira de adiar o pagamento e ir enchendo o saco das dívidas. Nunca um provérbio se aplicou tão bem a uma situação como este, ‘grão a grão enche a galinha o papo’. Neste caso, não é o papo, mas o banco!
Raquel Moreira
Sem comentários:
Enviar um comentário